Pra executarmos um trabalho de magia cabalística, primeiro se faz necessário compreendermos um pouco mais sobre a Árvore da Vida.

Verificamos que há um diagrama atribuindo as 10 Sephiroth à figura de um homem. Acima da cabeça, formando uma coroa está Kether, que representa o espírito divino, e aos pés está Malkuth. Aos ombros direito e esquerdo são atribuídos Gevurah e Gedulah, Marte e Júpiter, Poder e Majestade. Na configuração cabalística, Kether está em correspondência com a Mônada, a dinâmica e essencial individualidade de um homem, o espírito que procura experiência através da encarnação aqui na terra.

É altamente significativo o fato dessa Sephirah ou potência ser colocada acima da cabeça e não dentro do cérebro ou no centro do coração, pois Kether é a luz do espírito que brilha sempre sobre as trevas abaixo. Esta é uma idéia que tem paralelos também em outros sistemas. Na Teosofia por ex. é dito que a “centelha do Divino ofusca o ser visível, que tem a possibilidade de tornar-se unido àquela centelha, pois que o Espírito superior não está no homem, mas acima dele”.

Todo processo místico e mágico tem por objetivo purificar o homem, de modo que a centelha ou Espírito, que normalmente apenas nos ofusca, possa descer para um veículo purificado e consagrado.

Segundo a tradição esotérica, a execução do Ritual Menor do Pentagrama, ou RMdP,  tem como objetivo, primeiro, invocar os poderes do Espírito/Centelha como fonte constante de vigilância e orientação, promovendo o contato com as forças divinas tranzendo-as para dentro de si. Segundo, proteção e limpeza, pois ao invocar os poderes divinos e trazê-los para sua esfera mágica, esses poderes eliminam todos os tipos de pensamentos obsedantes e perturbadores.

Este ritual deve ser usado sempre, diariamente para centrar –se você chegou aqui via google deveria fazer 2 vezes ao dia, de manhã e de noite… até pegar o jeito…– , acalmar e equilibrar a mente, e também para proteção. E deve ser usado como limpeza de ambiente, sempre antes de executar um ritual maior, ou mesmo como limpeza de fragmentos psíquicos de um cômodo ou da casa toda. Usado antes da prática de um ritual maior, ou mesmo meditação, torna o ambiente sagrado, te coloca no centro do seu universo mágico.

É importante na execução do ritual, que você imagine e visualize toda a estrutura do RMP, que se coloque no papel de “um mago (a)” poderoso(a) e confiante.

Vamos ao ritual:

1) A Cruz Cabalística

Toque( com a mão direita fechada, os dedos indicador e médio estendidos e o dedão sobre o anular e mindinho, formando a chamada “posição de Athame” (ou, se você estiver responsável pela abertura do círculo, pode ser o próprio athame mesmo)) a testa e diga(veja o video abaixo pra saber como vocalizar): ATHE (Tu és);

Em seguida toque os genitais fazendo figas e diga: MALKUTH (o reino);

Tocando(com a “posicão do athame”) então o ombro direito diga: VE-GEBURAH (o poder);

Toque(com a “posicão do athame”) o ombro esquerdo dizendo: VE-GEDULAH (e a glória);

Juntando as mãos sobre o peito diga: LE OLAM (para sempre)(enquanto diz o LE OLAM visualize o simbolo da egrégora que está se conectando, ou o simbolo de jogo, ou whatever)
ÁMEN(amém).

Enquanto executa os gestos, o praticante deverá concentrar-se em visualizar fortemente uma linha de luz branca que traçará do alto da cabeça até o plexo solar, e dali até os pés, representando MALKUTH. Ele também deverá visualizar uma linha de luz vinda do seu ombro direito até o seu ombro esquerdo, enquanto pronuncia VE-GEBURAH e VE-GEDULAH, desenhando assim uma “cruz ” em seu corpo. O praticante deverá também visualizar toda energia de harmonia e equilibrio no centro de seu peito ao mantrar a palavra LE OLAHN AMEN, completando assim a primeira parte do ritual, a chamada cruz cabalística.

2) Os pentagramas

Ponha-se de frente para o Oriente (leste), trace o primeiro pentagrama tomando uma respiração e concentração profunda, aponte o dedo indicador para o centro do mesmo e pronuncie o nome YHVEH ( pronuncia-se: YOD-HE-VAU-HE ) ;

Mantenha o dedo apontado para o centro do primeiro pentagrama, e vire-se para o Sul (a sua direita) repita o processo e mantre ADONAY; (pronuncia-se como se lê).

Como da primeira vez, volte-se para o Ocidente (oeste) repetindo o mesmo processo, mas mantrando, agora, EHEIHE( pronuncia-se EEERREEIEEEE)

Virando-se a sua direita novamente ( Norte ) repita o mesmo processo e mantre AGLA (pronuncia-se como se lê)

Nota-se que o giro se dá no sentido dos ponteiros do relógio.

3) OS ARCANJOS

Voltando-se para o ponto inicial, estenda ambos os braços (em forma de uma cruz) e diga:

A minha frente RAPHAEL

Atrás de mim GABRIEL

A minha direita MICHAEL

A minha esquerda AURIEL.   A MINHA VOLTA FLAMEJAM OS PENTAGRAMAS (concentre-se e visualize os pentagramas que desenhou no ar, cada qual em seu quadrante, flamejando em azul)

E NA COLUNA DO CENTRO ENCONTRA-SE O ESPLENDOR DA ESTRELA DE SEIS RAIOS (agora, visualize dois hexagramas  grandes, um acima e outro abaixo, com uma faixa de luz estendendo-se na vertical, envolvendo-o e a todo o espaço).


4) Repita a primeira parte 1 – A Cruz Cabalística e o ritual estará terminado.

Ouçam esses videos, eles mostram bem como vocalizar os nomes:

[youtube qQWsnAUCcmw]

[youtube ETNJaXbblOo]

Segundo Israel Regardie a Cruz Cabalística coloca os processos subsequentes sob a égide divina, na invocação de tua Essência divina e espiritual. Tendo em seguida banido, pelo traçado dos pentagramas apropriados, todos os seres não essenciais dos quatro pontos cardeais com a ajuda do nome de quatro letras de Deus, seguido pela invocação dos quatro Arcanjos que representam as quatro funções concretizadas do mundo psíquico interior e o par dual de opostos – para proteger a esfera de operação mágica que é a sua própria esfera mágica, que envolve teu ser. E concluindo, invocando novamente a Centelha/Essência, para que, do começo ao fim, a cerimônia inteira, ou intento, esteja sob a proteção/guarda do espírito.

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Fontes e ref:  ”O poder da Magia” – Israel Regardie; “Uma Introdução a Rituais de Banimento” – Phil Hine; “Ritual do Pentagrama Menor” – Frater Alenitnes;

retirado do  Anoitã (brigadão Adi!), com algumas modificações desde que vos escreve

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2 Comentários

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  1. Pô, Duende… existe aquela imagem da Cruz Cabalística (http://centromahatma.cabala.nom.br/cruz.gif). Eu pensava que tinha de visualizá-la daquele jeito. Não precisa não? Uma simples cruz de luz basta, cara?

    E nesse caso, desenha-se o sigilo do mesmo jeito e também visualiza o símbolo da egrégora no centro do mesmo jeito, certo?

    Abração aí, irmão.